segunda-feira, 8 de outubro de 2007

O Telejornalismo cresce cada vez mais...

Hoje Segunda-Feira um dia muito chato, temos uma semana inteira pela frente para o próximo fim de semana mas não podemos parar com a maratona histórica da “Rede Globo”.

Estamos na década de 70 conforme o post anterior citou. Mas dentro de todo esse contexto, não podemos esquecer que nessa época era vivida a “ditadura militar”, que segundo muitos, a Globo com o Jornal Nacional maquiou as noticias que poderiam expôr os militares ao que realmente acontecia no pais.

Mas o telejornalismo não parava de crescer na Globo, além do Jornal Nacional, com ligação estreita com a ditadura, a Rede Globo criou também em meados da década de 70, o Globo Repórter, originário da série Globo Shell. Único programa da emissora produzido com material cinematográfico, que teve o mérito de em um curto período (1976-1983), fazer passar, de uma maneira mais candente, informações boicotadas pelos demais telejornais. O programa tinha a direção de documentaristas importantes como Eduardo Coutinho, que viria a realizar anos mais tarde o premiado documentário “Cabra Marcado para Morrer” (1984), Paulo Gil Soares, “Memória do Cangaço” (1965), e João Batista de Andrade. O Globo Repórter tratava de temas polêmicos e de questões sociais em um período em que tais temas eram proibidos e vetados pela Censura Federal. Estruturado pelo cineasta Paulo Gil Soares (TV Globo/Rio) com outros cineastas, a maioria documentaristas, o Globo Repórter foi a continuidade da experiência do programa Globo Shell, também de cineastas documentaristas.

Foi, desde sua criação, um dos programas mais importantes do telejornalismo brasileiro. E os cineastas foram os responsáveis pela sua criação. Em seus primeiros anos, o programa funcionava separadamente da Central Globo de Jornalismo. As equipes trabalhavam com certa independência, pensando suas pautas e produzindo seus programas com autonomia. Esses documentários cinematográficos são autorais e muito diferentes da produção atual.

Mas essa experiência, em um contexto de autoritarismo e repressão, não poderia durar muito tempo. Após produzir um documentário intitulado “7 dias em Ouricuri”, e sofrer retalhações e censura interna por tratar do tema da seca, da fome e da miséria no interior do Estado de Pernambuco, tais diretores foram afastados. A partir daí, o Globo Repórter passou a apresentar assuntos não mais relacionados à realidade e pouco inventivos quanto à linguagem. Mesmo a abolição da censura federal ao telejornalismo, não conseguiu devolver ao Globo Repórter sua aproximação com o real, com o cotidiano da vida do brasileiro. Nos tensos dias de maio de 1979, a equipe paulista do programa preparou o mais completo documentário retratando a greve dos metalúrgicos do ABC. Apesar de aprovado pela direção do Rio, o documentário não foi ao ar. Foi vetado pelo próprio diretor das empresas Globo, “Roberto Marinho" (O famoso Tio Beto). Neste episódio ficou evidente que os temas passavam pelo crivo da direção da emissora. Assim, as reportagens sobre as greves do ABC na grande São Paulo, só puderam ser veiculadas após uma edição que fortalecia explicitamente a posição patronal.

Assuntos que abordam grandes discussões até nos dia de hoje. Mas por hoje é só, espero que essa semana passe bem rápido, acho que todos estão ansiosos que nem eu para a Rádio Brisa entrar no ar na semana da comunicação.

Por: Welligton A. Stringhi

Um comentário:

Márcio disse...

Pois é.. e pensar que hoje as estrelas são os bichinhos da floresta..ts,ts
O Chaplen deveria terminar a carreira de forma mais digna...